Manifestações simbólicas em Santa Elina, Mato Grosso, Brasil: representações rupestres, objetos e adornos desde o Pleistoceno ao Holoceno recente
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Santa Elina, na Serra das Araras, no Mato Grosso, oferece uma notável composição de dois conjuntos arqueológicos
excepcionais: a) um dispositivo parietal de um milhar de pinturas, adaptando-se estreitamente à morfologia do abrigo que
se encontra ao pé de uma falésia calcária; b) um conjunto de ocupações distribuídas em duas sequências estratigráficas, uma
indo até o Pleistoceno há 27.000 anos, a outra constituída de uma densa sucessão de ocupações durante o Holoceno,
datadas entre 11.000 e 2.000 anos. Os primeiros habitantes do sítio conviveram com e caçaram uma espécie de megafauna,
tornada fóssil no início do Holoceno: o Glossotherium lettsomi. Três adornos feitos nos ossículos do animal são provas
de sua importância para os caçadores. A utilização intensiva pelos habitantes de pigmentos minerais, principalmente
vermelhos (hematitas) e a de vegetais (madeira, fibras e folhas), caracteriza as ocupações que se seguem: particularmente,
‘pavimentações’ feitas de blocos manchados de vermelho, ou ornamentos corporais trançados. Os conjuntos líticos,
principalmente feitos de calcário local, duro e fácil de lascar, são bem presentes em todas as ocupações. Os utensílios com
reentrância dominam durante o Pleistoceno. É um dos mais antigos sítios da América do Sul, mostrando a intensidade
de povoamentos pré-históricos no centro do continente. - Agueda Vilhena Vialou | Denis Vialou
- Dossiê
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